Desde a entrada, é possível constatar a situação insalubre em que a EEEF Dr. Martins Costa Júnior, no bairro Partenon, em Porto Alegre, encontra-se. Há mais de três anos, o prédio administrativo, que abriga oito salas de aula, sala dos professores(as), de informática, secretaria, refeitório, banheiros e biblioteca, está interditado devido aos riscos de curto-circuito.
Ao percorrer a estrutura, o cheiro de mofo, que toma conta do teto das salas de aula e corredores, impera. Ao caminhar é preciso atenção, pois a infiltração nas paredes faz com que a água escorra pelas escadas e piso.
Os alunos(as) foram realocados para salas que ficam no outro prédio da instituição e as turmas ficaram maiores. Já os profissionais que atuam na secretaria, direção e coordenação seguem atuando no prédio interditado, sem energia elétrica e sob todos os riscos que a precariedade apresenta.
“Precisa consertar telhado, que está totalmente quebrado, laje, piso, paredes, portas, janelas, vidros, banheiros, elétrica, caixa d’água e muro. Os problemas se acumulam e pioram dia após dia. Na semana após a Páscoa, representantes da Seduc vieram e olharam tudo, mas até agora não tivemos nenhum retorno. Disseram que já tem empresa licitada para consertar o muro, que está com risco de desabar, e o telhado. Porém, até agora nada”, desabafa a diretora da instituição, Jane Matos.

Segundo ela, o retorno da Secretaria Estadual da Educação (Seduc) é sempre o mesmo. “Dizem que estão fazendo projetos, tiram fotos, medem, mas nada é feito. Outra situação recorrente é uma empresa licitada simplesmente não aparecer para fazer o trabalho”, relata.
A presidente do CPERS, Helenir Aguiar Schürer, esteve na escola nesta segunda-feira (24) para verificar de perto as dificuldades enfrentadas por professores(as), funcionários(as) e estudantes. “Esse ambiente de total precariedade e nocivo à saúde de todos é inadmissível. O que o governo está esperando para iniciar imediatamente as obras necessárias? Não dá para admitir mais de três anos de espera sem que nada tenha sido feito. É um perigo absurdo as condições dessa escola”, indignou-se Helenir.
Dia a dia de medo e insegurança
“É como se a nossa escola estivesse abandonada. E isso não é de hoje, os problemas se arrastam e se agravam há anos. Temos medo diariamente. Esses dias fui trocar uma lâmpada e deu um curto na hora. Nossa preocupação é a de que, com todo esse abandono, a escola venha a fechar”, relatou a funcionária de escola Tatiana Regina Bizello, que tem filhos e neto estudando na instituição e também é presidente do Círculo de Pais e Mestres (CPM).
Atualmente, a escola atende cerca de 360 estudantes. Mas, se não fossem os problemas estruturais, poderia receber pelo menos mais 240. “A comunidade pede vaga e nós temos que negar, pois não temos como atender”, explica a diretora.
Para manter a escola, a direção recebe uma verba mensal de R$ 2.354,92, que não chega nem perto do necessário para a realização das reformas. “Quem dera pudéssemos arrumar nossa escola com a verba que recebemos. Os problemas se agravaram de tal forma que nem sabemos mais qual o orçamento para a reestruturação”, destaca Jane.
“A pergunta que fica é: onde está a prioridade que o governador tanto falou em sua campanha eleitoral? Esse triste cenário, infelizmente, não ocorre só nesta escola. Seguiremos denunciando e cobrando o direito à educação, em escolas com a estrutura adequada”, afirmou a presidente do Sindicato.
O CPERS seguirá atento à situação da escola e pressionará para que o governo Eduardo Leite (PSDB) cumpra com sua responsabilidade de oferecer um ambiente adequado e seguro para estudantes, educadores(as) e comunidade escolar.























