É consenso entre acadêmicos(as) que a educação é uma das principais ferramentas na luta antirracista. Aliada à literatura, a educação tem um poder ainda maior, já que o lúdico auxilia a quebrar paradigmas e criar um novo olhar a partir dos diversos mundos revelados nos livros.
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Entendendo este potencial transformador para a vida de crianças e adolescentes negros(as), o escritor e diretor teatral do grupo “Senhores Furtados”, Jester Furtado, publicou o livro “Joaquim, negra sim”, material que será lançado em Curitiba no próximo dia 29 (quinta-feira), na Biblioteca Pública do Paraná, a partir das 17h30.

Publicado pela editora Cão, com ilustrações de Hannah Abranches e tiragem inicial de 3 mil exemplares, o livro trabalha temas como racismo estrutural, relacionamentos afrocentrados, autoestima negra e a solidão da mulher negra.
O escritor, que também é professor da rede estadual de ensino, explica que o livro foi baseado na fala de Nelson Mandela: “se podemos aprender a odiar, também podemos aprender a amar”.

“Essa frase mostra que tudo é produto do processo de ensino e aprendizagem, inclusive o amor e o ódio, o respeito e o racismo. Assim surgiu o Joaquim, Negra Sim, com o olhar voltado para o menino negro, esse, que muitas vezes continua aprendendo que para melhorar a sua imagem diante de uma sociedade que insiste em inferiorizá-lo ele precisa branquear, e entre outras coisas, isso significa distanciar-se dos seus iguais”, conta Jester.
Viabilizado a partir do edital público do Programa Estadual de Fomento e Incentivo à Cultura (Profice), da Secretaria de Estado da Cultura, com incentivo da Copel, o livro enfrentou barreiras para ser publicado.
“Ter esse projeto contemplado no PROFICE, foi muito significativo. O ‘Joaquim’, ficou engavetado por algum tempo e isso é bem desestimulante para quem trabalha com processo criativo e especialmente para quem faz da obra uma ferramenta de formação e transformação cidadã”, conta o escritor.
O autor conta ainda que o tem o objetivo de auxiliar crianças a entender o sentimento de pertencimento em uma sociedade que avança a pequenos passos para a eliminação do racismo institucional e que vitima pessoas negras, seja a partir do genocídio ou da destruição da autoestima.
“É difícil ter o sentimento de pertença em um ambiente onde eu não me vejo, pior ainda, é pertencer a um ambiente onde meus iguais são invisibilizados ou apresentados de formas depreciativas. A literatura infantil e infantojuvenil apresenta aos estudantes o universo da fantasia, do lúdico, do imaginativo, portanto, se ver nesses espaços é ampliar suas possibilidades, é entender que o direito de sonhar também lhe pertence”, completa.

Além do lançamento na BPP, em Curitiba, o livro também será lançado em Ponta Grossa no dia 21 no SESC – Estação Saudade, às 18h30.
:: Para conhecer mais sobre o livro, acesse a página da produção no instagram a partir do link.
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